O mundo todo conectado, informações rápidas, joguinhos para todos os gostos, Youtube, MSN, Orkut, Wikipédia, Ctrl C + Crtl V, Google Earth, pornografia... Internet é tudo de bom.
Até que o modem queima.
E Agora, José?
Bem, agora é ir atrás de outro aparelho mágico. Mas não qualquer um, tem que ser um modem e roteador wireless.
Após um pesquisa, achei uma loja que tinha o que eu precisava (na Assis Brasil, em Porto Alegre) e fui no endereço. Quem me dera ter carro. Praticamente 30 min esperando o busão, mais 1 hr pra chegar no endereço. Descendo do ônibus, encontro facilmente a loja.
"Vai dar tudo certo", pensei.
Entrando lá, informo quem sou e o que fui fazer. Aparece um funcionário loiro e magro, com jeito de nerd. Imaginei que conhecesse bem esse tipo de produto.
Lucas: Vem cá, esse modem é fácil de instalar?
Loiro Aparentemente Nerd: Humn... Olha... *Observa os dois cantos da caixa* ... Não sei, deve ser.
Lucas: E essa marca é boa?
Loiro nem tão Nerd: Não sei te dizer...
Lucas: Mas esse aí é mesmo modem e roteador wireless, certo?
Loiro Burro: Hunm... *Olhando a caixa, de novo*... Acho... Deve ser sim. *Indo para o fundo da loja, possivelmente para evitar mais perguntas*.
Ok, deve ser o primeiro emprego do cara, imaginei.
Mas na hora de pagar o produto, outra surpresa: além de o valor ser maior do que o anunciado no site, só se podia fazer em duas vezes no cartão. Achei melhor ligar pra casa e confirmar.
Mas quem disse que a máquininha de pôr crédito no celular funcionava? Tive que ir em outro lugar comprar.
Lan House? Não funcionava. Farmácia? Não funcionava. Banca de revista? Não funcionava. Lojas AM/PM? Nem a pau.
Já quase decidido à roubar um celular pra poder fazer a bendita ligação antes da Páscoa, achei uma fármacia escura, com um idoso ao longe, sentado atrás do balcão. Após dizer que tinha vindo em paz, e tudo que eu queria era um cartão para meu Vivo, ele foi até a maldita maquininha, apertou alguns botões, esperou quase cinco minutos (aprox. 4 min. e 27 seg.) e meu celular vibrou de emoção: tinha conseguido o bendito crédito.
Com a ligação feita e a compra confirmada, voltei à loja. Dessa vez havia um cara lá reclamando que a máquina de cartão do BanriSul dele não tava funcionando.
"haha, se fu*eu", pensei eu, quieto e apreensivo.
Mas a máquina funcionou e o homem foi embora.
Chegando minha vez, peguei meu cartão e fui pagar (em duas vezes mesmo). Mas pra minha outra surpresa, agora era a máquina dos cartões Visa que não pegava. E o atendente gordão tentava e tentava, inutilmente. Imaginei que logo funcionaria, como na situação antes comentada. Mas o gordo tentava e tentava. E eu ansioso. E ele olhava o cartão, olhava a máquina (como que se tentando entrar em algum tipo de acordo com eles), e nada.
No que ele disse: É... Acho que não vai funcionar, agora pouco antes de tu sair tava tudo certo, que pena, mas pode aguardar aí se quiser, talvez daqui a pouco o sistema volte.
Eu respondi: ¬_¬'
E me fui até a porta olhar o movimento e praticar Yoga mental. Tentei puxar assunto com um outro funcionário, dessa vez um baixo e moreno. Mas notei que ele não percebeu que eu tava ali, do lado, falando com ele. O motivo da destração era uma moça jovem que tava passando na rua.
Mais exatamente a parte acima dos joelhos dela. Ou seja: o atendente me ignorou pra olhar a bunda da mulher na rua. Mas tudo bem (a Yoga tinha feito resultado), ele é feio mesmo, deve estar na necessidade. Foi então que o ser olhou pra mim.
Lucas: Bonita ela, né?
Moreno Baixo: ÔÔôô... Coisa boa ficar aqui na frente, Grunhiu ele.
Lucas: Tu acha que demora esse problema do sistema?
Moreno Baixo: Ah, não sei, isso aí é com eles. *Falou alguma coisa inteligível, um pouco por falar baixo, um pouco por falar enrolado*.
Moreno Baixo: *falando baixinho* Eu mal sei escrever meu nome....
Lucas: *Pensando* E eu procurando emprego.
Resolvi esperar um pouco mais, mas me conformei que, caso eu não pegasse a caixa do modem e saísse correndo avenida adentro, até despistar o gordo, o magro e o analfabeto, iria embora de mãos vazias. Como já estava casando de tanto esperar, achei que não teria fôlego pra correr, e resolvi ir embora.
Durante o trajeto, passei em mais algumas 295 lojas de informática a procura do maldito modem, mas foi em vão. Fui pra casa e me conformei em trocar a internet por um livro.